Morar nos Estados Unidos não somente é um sonho de muitos brasileiros, mas também de muita gente mundo afora. O país não só é considerado a “terra da oportunidade”, mas também oferece muitas belezas naturais e qualidade de vida de fazer inveja a maior parte dos países do mundo.
Mas como é realmente morar nos Estados Unidos? Migrar para os Estados Unidos sozinho ou com a família e levar sua vida aqui? Muitos de nossos clientes nos fazem estas perguntas e gostam de saber quais são as vantagens e os desafios que enfrentamos todos os dias morando nos EUA, portanto preparamos uma série de pontos a serem abordados sobre o que é viver nos Estados Unidos. Como cada aspecto da vida social funciona por aqui?
Temos certeza que algumas coisas vão te surpreender, portanto, lá vai: Como é a vida do Brasileiro nos Estados Unidos?
Entrar nos Estados Unidos. O que é preciso?
A grande maioria das pessoas vêm aos Estados Unidos com visto de turista, embora nos últimos anos, os vistos de Estudante ganharam em popularidade pela facilidade de obtê-los e também pelos benefícios que proporcionam.
Normalmente, quando você entra nos EUA como turista, ganha seis meses de permanência no carimbo do visto. Esse período, no entanto, é somente para visitar o país e não lhe dá direito de trabalhar ou fazer qualquer curso ou se engajar em qualquer atividade profissional.
É possível, antes do vencimento de seu visto de turista, procurar um advogado especializado em imigração e pedir a conversão de seu visto para estudante ou trabalho. Obviamente o aplicante deverá se encaixar em alguns pré-requistos, mas este processo é relativamente simples com uma grande taxa de sucesso, e o indivíduo permanece legalmente nos Estados Unidos por um período maior.
Trabalhar: é permitido o Brasileiro trabalhar nos Estados Unidos?
Com o visto de turista, não. Para ter um emprego formal nos Estados Unidos é necessário um número de seguro social, ou “Social Security Number”, que no Brasil seria equivalente ao CPF, e, sendo imigrante, uma permissão do DHS (“Department of Homeland Security” ou “Departamento de Segurança Nacional”), para trabalhar. É preciso um visto de trabalho ou estudante para obter estes documentos. O visto de turista não lhe garante qualquer destes benefícios.
É comum ver pessoas que vêm aos Estados Unidos fazer “bicos” em empresas de outros Brasileiros. Eles vêm ao país com visto de turista para permanecer por 6 meses, e nesse período fazem trabalhos manuais e recebem em dinheiro o pagamento. Retornam ao Brasil e depois voltam para cá alguns meses depois para aproveitar mais 6 meses, isso tudo sem extender a permanência no país ilegalmente. Essa prática é arriscada e ilegal, e se for pêgo trabalhando, o indivíduo pode ser preso e deportado.
A única forma de trabalhar legalmente nos EUA é com um visto específico para isso, ou obter um Green Card, que lhe permite morar e trabalhar livremente nos Estados Unidos.
Infelizmente, a realidade é que muitos brasileiros estão nos Estados Unidos de forma ilegal, portanto são obrigados a se sujeitar a trabalhar nas sombras. Seja na construção ou em restaurantes e bares brasileiros, o imigrante ilegal brasileiro trabalha por um pagamento em dinheiro vivo, porque não tem como receber “na folha” de pagamento das empresas, somente quem tem Social Security pode receber assim.
Aluguel: Como alugar um imóvel para viver nos Estados Unidos?
A grande maioria das pessoas que vêm do Brasil para os Estados Unidos para morar e trabalhar, geralmente o faz porque têm algum parente ou amigo vivendo por aqui. Portanto é comum que os que aqui residem, abriguem os amigos e parentes por um curto período de tempo até que os mesmos se adaptem e possam alugar um local para viver.
Até pouco tempo atrás era relativamente simples alugar um local para morar nos Estados Unidos, mesmo sendo nacional de outro país. Condomínios de aluguel permitiam que as pessoas apenas apresentassem o passaporte e fizessem os depósitos de segurança e podiam alugar tranquilamente. Desde a troca no governo federal dos Estados Unidos as coisas mudaram e agora é necessário ter documento e estar legal no país para alugar um imóvel, se você for em algum condomínio especializado em alguel.
Se você não possui documento, você pode sempre alugar de terceiros. Muitos brasileiros que vivem aqui há mais tempo já possuem casa própria e até mesmo imóveis para aluguel, e sempre preferem alugar para outros brasileiros sem interferência de corretores de imóveis, o que permite que aluguem por um melhor preço também.
Desde a crise de 2008, o número de brasileiros que possuem mais de 1 imóvel diminuiu muito, mas ainda é possível alugar assim.
Outro recurso muito utilizado por brasileiros que vêm sozinhos morar e trabalhar por aqui e estão indocumentados, é o aluguel de quartos em casas de terceiros. Os jornais brasileiros da região estão repletos de anúncios de aluguéis de quartos para brasileiros, portanto ao custo de $500 a $700 é possível alugar um quarto em uma casa onde já existem outros brasileiros morando, e começar a tocar a vida por aqui.
Alimentação: O que se come nos Estados Unidos?
Os brasileiros, em geral, não têm qualquer problema para se adaptar à culinária americana. Os supermercados em geral têm grande variedade e é possível achar de tudo, desde produtos congelados para Microondas até carnes e frutas de todos os tipos para se levar para casa.
Restaurates americanos servem os pratos típicos que os americanos adoram: Hamburguers, Hot Dogs, French Fries (a nossa batata frita) e Chicken Wings (asinhas de frango fritas). Dificilmente você vai achar um arrozinho com feijão e farofa num lugar assim, e tudo que os americanos comem é desprovido de tempeiro, mas têm muito molho, pra dar gosto e isso em geral não agrada muito aos brasileiros, embora notamos que brasileiros que vivem aqui há mais tempo adquirem um apreço por esse tipo de comida.
Se você prefere um tempeiro brasileiro, aqui é possível se alimentar da mesma maneira que se alimenta no Brasil. Se você quiser comer em restaurantes, em geral locais onde existe uma concentração maior de Brasileiros é fácil encontrar restaurantes e super-mercados brasileiros que servem comida tipicamente brasileira, ou onde se pode encontrar produtos brasileiros para consumir em casa.
Algumas das marcas famosas no Brasil podem ser encontradas em supermercados brasileiros, latinos e até mesmo em americanos na Flórida. Marcas como Bauducco, Yoki, Lacta e Antarctica. Nosso famoso guaraná é apreciado até mesmo por americanos, portanto é relativamente fácil encontrá-lo em prateleiras de lugares como Walmart e Publix.
Na Flórida em especial, existe uma grande influêcia da culinária Mexicana e Cubana, muito similares à brasileira, portanto a oferta de produtos que apeteçam ao nosso paladar, é grande.
Completando, é bom lembrar que os Estados Unidos são abençoados pela profusão de nacionalidades que imigram para cá, portanto comida italiana, pizzas, comida chinesa, japonesa e de muitos outros países é muito fácil de se achar em todos os lugares.
Se tudo mais falhar, existem redes de alimentação fast food em todos os cantos que são bem conhecidas dos brasileiros: McDonald’s, Burger King, Dunkin Donuts, Subway, Pizza Hut… as opções são ilimitadas em termos de alimentação nos Estados Unidos e apesar da saudade da comida no Brasil, o brasileiro se vira bem com alimentação por aqui.
Viajar dentro dos Estados Unidos como imigrante.
Não existe “passagem pela imigração” para viagens internas nos Estados Unidos, ou seja, não há aquela passagem pelo guichê da imigração se você pega um vôo de Miami para New York, por exemplo. Basta apenas mostrar sua passagem e um documento válido, no caso do Brasileiro, o passaporte, passar pelo detector de metais e embarcar. No entanto, desde que o Presidente Donald Trump assumiu o governo em janeiro de 2017, autoridades passaram a checar o status imigratório aleatoriamente em aeroportos, estações de trem e ônibus.
Se você está legalmente no país, como estudante ou com permissão de trabalho, pode se locomover normalmente, mas aqueles que ou entraram ilegalmente no país, ou permaneceram no país após o vencimento de seu visto de permanência e se tornaram indocumentados, precisam ter cuidado ao embarcar em um avião para qualquer lugar dos Estados Unidos porque se agentes do ICE (Immigration and Customs Enforcement) lhe pedirem seus documentos seja no embarque, desembarque ou se você estiver transitando pelo terminal de transporte, você precisa mostrar que está legalmente no país, caso contrário, pode ser preso. Isso serve de alerta até mesmo para turistas. Sempre tenha consigo seu passaporte válido e o seu I-94, aquele papelzinho que você preencheu no aeroporto antes de passar pela imigração quando entrou no país e fica dentro de seu passaporte indicando quando você chegou e quando deve ir embora, para evitar problemas.
Se você for fazer um “road trip” viajando de carro, ou van, não precisa se preocupar tanto. São raros os bloqueios de imigração e geralmente ocorrem em locais próximos à fronteira, como por exemplo nos Estados do Texas ou Arizona.
Se estiver viajando em uma van de turismo como as nossas, com motorista brasileiro que já vive e está legalmente nos Estados Unidos há anos, pode ficar 100% tranquilo. O ICE não incomoda quem for claramente um turista no país e presença de uma van de turismo é o suficiente para que as autoridades lhe deixem em paz. Mais uma vantagem de se contar com serviços como o da Miami Tours.
Falar inglês: é fundamental ser fluente?
A princípio, não. Você não precisa ser fluente em inglês para viver nos Estados Unidos. Existem locais na Flórida que a concentração de imigrantes é tão grande, como Hialeah e Kendall na região de Miami, que as pessoas que ali vivem, praticamente passam a vida toda nos Estados Unidos sem aprender o inglês. Isso é mais comum entre os hispanos, mas acontece em concentrações de Brasileiros também.
Os americanos que vivem em locais com grandes populações de imigrantes, como Flórida, New York, Texas e California em geral também são bem pacientes com quem não fala o inglês. Você sempre vai encontrar um americano que vai fazer um esforço para se comunicar com você em lojas, aeroportos, malls e na maioria das repartições públicas.
Portanto, noções básicas de inglês vão ser o suficiente para que você possa se alimentar, vestir, comprar e se locomover, no entanto, se você deseja aproveitar a vida nos Estados Unidos de forma plena, recomendamos aprender o inglês. Isso é algo que você pode fazer depois de estar vivendo nos Estados Unidos. Existem muitos cursos gratuitos oferecidos por faculdades ou colégios estaduais que organizam classes para imigrantes aprenderem bem o ingles. Não é necessário ser um imigrante legal para frequentar estas classes, portanto é possível vir para cá com noções básicas e aprender o resto aqui. Quase todos os brasileiros fazem assim. É raro o brasileiro que já vem para cá sabendo falar inglês para viver no país.
Melhor fluência em inglês significa não só aproveitar melhor a vida por aqui, mas também melhores empregos e mais dinheiro no bolso do Brasileiro. A partir do momento que você consegue se expressar bem em inglês, já consegue uma comunicação mais aberta com americanos e maiores oportunidades de negócios ou trabalho, sem se restringir apenas à comunidade brasileira.
Comunicação: consigo falar com o Brasil com facilidade?
Em 2018 se comunicar com o Brasil é tão fácil quanto se comunicar com um vizinho de bairro. Com o advento da internet em alta velocidade tanto em residências quanto em aparelhos de telefonia celular, hoje é possível fazer um “facetime” usando seu iPhone com qualquer pessoa que também tenha um dispositivo da Apple no Brasil.
O WhatsApp, aplicativo de celular para mensagens individuais ou em grupo, é muito popular entre os brasileiros por aqui e é possível fazer uma chamada telefônica para o Brasil pelo aplicativo sem gastar nada.
Até pouco tempo atrás as coisas não eram tão simples assim, e era necessário comprar um cartão de chamada, que em geral custava $5 dólares e lhe permitia falar por 20 minutos a 1 hora usando um telefone fixo.
Estes cartões de chamada praticamente desapareceram, junto com os aparelhos de telefonia pública e até mesmo os telefones fixos em residências nos EUA. Hoje todo mundo têm telefone celular do tipo smartphone e com internet ilimitada, sendo possível se comunicar com muito mais facilidade com o Brasil e qualquer outro lugar do mundo.
Como é o relacionamento com o povo americano?
O Brasileiro é um tipo de visitante curioso. Muito bem vindo pelo tanto que gasta em compras, mas também famoso por ser exigente e barulhento. Os americanos comvivem bem com o turista brasileiro e apesar dos problemas, são gratos de terem os brasileiros gastando em suas lojas e restaurantes, e em geral nos tratam com muita cortesia.
Em geral o americano é um povo educado. Acostumado com a convivência com pessoas de todas as raças e nacionalidades, em especial em Estados como Flórida, New York e California. É raro ser mal atendido em qualquer tipo de loja ou restaurante. Empregados são treinados e exigidos pelos seu empregadores a tratarem visitantes com cortesia, independente de nacionalidade ou cor da pele.
Isso não muda muito quando você passa a morar nos Estados Unidos. Os vizinhos se cumprimentam com frequência, e são solidários, na maior parte das vezes durante emergências. Mas o relacionamento, mesmo cortês, é distante. O americano em geral não vai à sua casa e raramente o vai te convidar para a deles. Não existe o mesmo calor das relações que existem no Brasil. Em geral eles não querem saber da sua vida nem querem que você saiba da deles.
Dentro desta mentalidade, a regra básica que aprendemos rapidamente nos Estados Unidos é respeito ao espaço do próximo. Brasileiros gostam de reunir grandes grupos e fazer churrasco e ouvir música alta até tarde, mas os americanos são avessos a isso. Normalmente americanos não fazem festas em suas próprias casas e prezam pelo sossego onde residem, então quando um grupo de brasileiros se reúne na piscina do condomínio onde moram com uma churrasqueira e um som portátil, os americanos torcem o nariz. Não gostam muito da “invasão”.
Por outro lado, quando percebem que você é um imigrante que respeita as regras locais, se esforça para se comunicar em inglês e se adaptar à vida local, você é muito valorizado pelos americanos à sua volta.
Educação, como estudar, quanto custa etc.
Podemos dividir os estudos em dois tipos. Fundamental e superior. O ensino fundamental, do jardim de infância (kidergarten) ao “High School”, pode ser cursado nos Estados Unidos completamente de graça. O ensino superior já é mais complexo. Existem faculdades que oferecem cursos gratuitos, mas somente para cidadãos americanos que obtiveram as melhores notas em seu currículo escolar. Em geral o ensino superior é pago, e quem não está devidamente documentado, paga sempre um pouco mais caro.
Mas o ensino fundamental, para meus filhos, é gratuito mas de qualidade? Bom, vai depender muito de onde você desejar morar. É sempre bom pesquisar as escolas que atendem o endereço onde você pretende residir para saber se as escolas públicas da região são de qualidade. Todas as escolas na Flórida, por exemplo, recebem notas que variam entre “F” e “A” para atestar sua qualidade de ensino.
Já para os cursos superiores, existem vários programas para estrangeiros que querem vir aos Estados Unidos estudar, então você precisa fazer tudo do Brasil, se qualificar para depois vir aos Estados Unidos legalmente estudar numa faculdade que o convidar através destes programas. Em geral estes programas custam menos do que você, enquanto residente dos Estados Unidos, aplicar para estudar em uma faculdade pagando seu próprio curso.
De todas as formas, as possibilidades são inúmeras para cursos superiores. Se pretende vir aos Estados Unidos para morar e estudar em uma Faculdade, comece procurando a Faculdade que deseja do Brasil mesmo e veja os programas que eles oferecem. Se estiver vindo com família e precisa de escola para seus filhos, pesquise os distritos escolares públicos antes de escolher uma casa para morar.
Segurança nos Estados Unidos
Apesar dos noticiários que, de tempos em tempos mostra tiroteios com muitas vítimas nos Estados Unidos, e das estatísticas que pelo menos 1 tiroteio destes ocorre por dia em território americano, consideramos os Estados Unidos um lugar extremamente seguro para se viver.
A força policial é bem treinada e em especial na Flórida, para todos os lados que você olha, quase sempre há um policial. Todos que aqui vivem se sentem bem seguros, especialmente quando comparamos com o Brasil, onde é impossível andar falando em um iPhone na rua sem ser assaltado.
Não dizemos que assaltos não ocorrem por aqui. Claro que acontecem, em especial em locais e horários específicos, mas nada se comparado com o nosso Brasil.
Moradores de rua são raros e não existem “meninos de rua” por aqui. O Governo os recolhe para instituições de assistência a pessoas carentes. Mesmo os moradeores de rua, quando existem, são em geral inofensivos porque não querem problemas com a lei. Uma “cracolândia” seria impossível nos Estados Unidos. Aqui não é nem permitido beber cerveja na rua, quanto mais usar drogas como é feito no Brasil sem interferência das autoridades.
Andar na rua ou no trânsito de janela aberta nos EUA é em geral seguro, e o Brasileiro sente isso logo quando chega.
Recentemente o número de roubos a carros estacionados em condomínios aumentou e a polícia não recomenda deixar pertences em veículos. Até pouco tempo atrás era possível até deixar o carro aberto que não havia qualquer problema, mas hoje as pessoas têm tomado o cuidado de não deixar bolsas ou valores em veículos estacionados.
Acesso a Serviços Bancários e Crédito
Os serviços bancários nos Estados Unidos são sensivelmente diferentes dos que temos no Brasil. A primeira grande diferença que percebemos ao usar os bancos aqui é a ausência de filas nas agências bancárias. É raro chegar a uma agência e haver mais do que duas ou três pessoas na fila do caixa. Obviamente em cidades mais populosas como Miami ou New York as agências bancárias são mais concorridas, mas nada se comparado ao Brasil.
Isso acontece primeiramente por um motivo básico: não se paga contas em bancos. Isso mesmo, você não precisa ir a um banco pagar sua água, luz ou telefone, e a figura do boleto bancário, tão popular no Brasil, é inexistente aqui.
Já fazem algumas décadas, a economia americana gira em torno do Cartão de Crédito e o cartão de débito bancário. Com esses cartões você paga praticamente qualquer conta, e os pagamentos podem ser feitos diretamente com as companhias de água, luz, telefone, cabo, etc. Isso leva para a segunda maior vantagem de se pagar contas nos Estados Unidos: Tudo pode ser feito online.
Até pouco tempo atrás, os americanos pagavam suas contas mandando cheques pelo correio para as companhias prestadoras de serviços. Hoje isso não é mais necessário. É possível pagar desde o financiamento de seu carro ou de sua casa até mesmo a sua conta de internet, água, luz e telefone tudo online, usando seu cartão de crédito, débito ou sua conta bancária, sem sair de casa, ou em alguns casos, pelo telefone também.
Existe um bom controle sobre fraude nos Estados Unidos. Fraudes de cartão e cheque podem acontecer, mas em geral, os culpados são duramente processados, portanto a ocorrência é considerada pequena, se comparado ao Brasil, onde você pode ter seu cartão clonado em qualquer local, e recebe e-mails de hackers tentando roubar seus dados bancários todos os dias.
Aqui estes tipos de fraudes acontecem também, mas em geral são originadas de fora. Famosos são os golpes de “prícipes nigerianos” que tentam roubar seus dados bancários online, bem como há pouco tempo atrás houve uma epidemia de clonagem de dados de cartões de créditos em bombas de gasolina no sul da Flórida, mas os casos podem ser considerados isolados.
Abrir uma conta em banco e pegar um cartão de crédito é fácil? Se você é um turista que deseja uma conta em um banco americano, é possível abrir com certa facilidade uma conta usando seu passaporte. Para residentes nos Estados Unidos, é mais simples ainda, apenas com sua carteira de motorista e um pequeno depósito, você consegue abrir conta em um banco. Para ter acesso ao cartão de crédito, é preciso um número de seguro social (social security number), e ter bom crédito.
Crédito e algo muito importante nos Estados Unidos. Todos os cidadãos são avaliados em sua habilidade de pagar suas contas em dia através de um “credit score”, ou uma classificação de crédito que é dada dependendo do número de contas que você têm abertas, se paga em dia, o montante de que deve e outros fatores.
Quem tem um bom score, pode ir a qualquer agência de veículos novos e adquirir um carro com grande facilidade, às vezes até mesmo sem que seja necessário dar uma entrada. No entanto, se seu crédito não for bom, você terá dificuldades para abrir contas em todos os segmentos, e talvez um depósito seja necessário para abrir contas de água, luz ou telefone, e um financiamento de veículo seja negado.
Este talvez seja um dos principais aspectos da vida nos Estados Unidos. O crédito. Se você vier legalmente para os Estados Unidos e obter um número de seguro social, trate bem de seu crédito, e pague suas contas em dia e em breve você terá um poder de compra que pode transformar positivamente sua vida. É uma diferença sensível em relação ao Brasil, onde você é avaliado apenas por suas dívidas. Aqui você é positivamente avaliado e recebe uma boa nota por pagar bem, mas no Brasil, você somente recebe uma nota negativa se têm cheques sem fundos e dívidas de cartões, mas se paga sempre em dia, não recebe nenhuma classificação positiva que endossa sua capacidade de pagar suas contas e lhe dá acesso a um crédito mais amplo.
Dirigir nos Estado Unidos, comprar e alugar um carro
Outra coisa que impacta o Brasileiro assim que põe os pés no Estados Unidos: O trânsito. Nos Estados Unidos o trânsito flui de maneira extraordinária se comparado ao Brasil. Mesmo na hora do Rush, o trânsito flui bem. Em especial no Sul da Flórida, transporte público é, no mínimo, ineficiente, portanto a dependência de um carro é grande. Mas mesmo com tantos veículos nas ruas, o trânsito na Flórida é ordeiro.
Em sua grande maioria as ruas são bem asfaltadas, e o poder público refaz o pavimento sempre que detecta que problemas estão para acontecer, ou seja, é raríssimo você ter ruas ou avenidas verdadeiramente “esburacadas” por aqui igual temos no Brasil. A sinalização é excelente, e com os dispostivos de GPS e smartphones com mapas, hoje em dia é muito fácil circular e ir a qualquer lugar nos Estados Unidos.
Se você é um turista, provavelmente alugou o seu carro para rodar por aqui ainda no Brasil, mas aqui existem locadoras de carros em todos os cantos, e aluguar um carro é simples. Os custos são relativamente elevados, em especial os custos com seguro, etc. Se você for viver aqui, definitivamente não recomendamos o aluguel de veículos, e sim, a compra.
Se você decidir comprar um carro nos Estados Unidos, as opções são várias. O mercado de carros usados nos EUA é bem aquecido, e o consumidor americano que gosta de carro zero, em geral troca de carro com uma constância grande a cada 2 ou 3 anos, então a oferta de carros usados em excelente qualidade é muito grande.
Existe 3 maneiras de se comprar e pagar por um veículo, a primeira, conforme citamos na parte sobre crédito, é fazer o financiamento ou “leasing” de um carro zero. No financiamento, você compra o carro e paga em parcelas. Ao final do financiamento, o carro é seu. Já no “leasing” você financia apenas metade do valor do carro, por um perído de 2 ou 3 anos e ao final do leasing, você retorna o carro para a concessionária. É preciso um bom crédito e uma carteira de motorista válida nos Estados Unidos para se comprar um carro zero.
Se você for comprar um carro usado, têm opções diferenciadas. Existem centenas de lojas de carros usados na Flórida, bem como as concessionárias oferecem carros usados de todas as marcas. Concessionárias vão usar um sistema semelhante ao do carro novo para lhe vender um carro, onde crédito bom é fundamental para ser aprovado. Já as empresas que vendem exclusivamente carros usados, têm opções mais variadas, como o financiamento via um banco se você têm bom crédito. Mas se você não tem bom crédito, pode optar, nestes “dealers” de usados, por um financiamento em um banco para quem não tem crédito ou crédito ruim, e em alguns casos, você pode até mesmo financiar com a própria loja, num sistema que é chamado aqui “Buy Here, Pay Here”, ou seja, você compra ali e paga ali também. Em geral o carro vai custar 3 a 4 vezes mais que o seu valor de mercado, e será um veículo com mais de 80 mil milhas rodados, mas é uma opção para quem não têm qualquer crédito, nem social ou carteira de motorista.
Obviamente também é possível adquirir um carro à vista. Se você têm recursos para tal, pode adquirir um veículo em uma loja de carros ou de terceiros e pagar em cash.
O sistema de licenciamento de veículo é muito simples, e você paga apenas cerca de $50 por ano no Estado da Flórida, independente da idade e milhagem de seu veículo, você só precisa que seu veículo seja segurado.
E finalmente a carteira de motorista. Hoje em dia, tão importante como ter um Social Security Number ou permissão de trabalho, é ter uma carteira de motorista. Na grande maioria dos Estados americanos, só podem tirar carteira de motorista quem for americano, tiver um green card ou um visto válido. Se você vêm como turista para os Estados Unidos e fica além do tempo, é possível que tenha tirado uma carteira de motorista enquanto seu visto estava válido, para abrir conta em banco ou alugar um apartamento e dirigir sem carregar seu passaporte com visto e carteira de motorista do Brasil para todo lugar. Ao ficar além do vencimento de seu visto de turista, você de tornou um imigrante indocumentado e perde a sua carteira de motorista e o direito de renová-la.
Hoje dirigir sem carteira de motorista é um perigo, porque além de constituir um crime, se você for abordado por um policial quando estiver dirigindo, e estiver sem carteira, pode ser preso e deportado para seu país de origem.
Alguns estados como a California oferece carteiras de motorista para indocumentados, no entanto, a fiscalização na Califórnia têm sido mais forte que em qualquer outro lugar do país, devido às medidas anti-imigratórias do governo Trump.
Esta é a realidade de muitos brasileiros hoje nos EUA. Muitos ainda indocumentados, dirigem sem carteira todos os dias e colocam sua vida nos Estados Unidos em risco.
Qualidade de Vida
Com tudo que foi mencionado acima, é possível se ter uma qualidade de vida superior nos Estados Unidos, se comparado com o Brasil, de forma geral. Nos Estados Unidos o que vai mais chamar a atenção de Brasileiros é a limpeza e organização. Imediatamente você vai achar tudo muito organizado, mas com o tempo você vai perceber os problemas que existem por aqui, no entanto, se comparados com o Brasil, são desprezíveis.
O que a maioria dos brasileiros mais gosta nos Estados Unidos é o acesso a bens de consumo. Eletrônicos, brinquedos, roupas, artigos para bebê, são muito mais acessíveis aqui do que no Brasil. Você pode ter praticamente o que precisar, sem se endividar, porque TVs, celulares sofisticados e consoles de vídeo-games são 5 a 10 vezes mais baratos que no Brasil. Você encontra roupas das melhores marcas em lojas chamadas “Outlets”, muito comuns na região de Orlando, a preços que você jamais encontraria no Brasil.
Algo que o brasileiro sente muito nos Estados Unidos é aquela falta de calor humano que se têm no Brasil. Aqui as pessoas são mais reclusas, e até mesmo os Brasileiros que aqui vivem, não interagem com a mesma constância que se faz no Brasil. Existe uma consciência geral quando se vive aqui de que é preciso aproveitar o tempo para trabalhar, e nem sempre as pessoas aproveitam a vida. Os americanos se acostumaram ao longo das décadas em trabalhar o tempo todo e aproveitarem a vida ao se aposentar, e isso é algo que verificamos aqui no dia a dia das pessoas.
Ao contrário do Brasil, onde quando você fica apertado pode, às vezes segurar uma conta de luz por três meses e negociar o pagamento, aqui em raras exceções, isso é possível. O máximo que você vai conseguir atrasar antes de ter seus serviços cortados é 15 dias, portanto existe uma urgência em manter tudo sempre em dia, e se imprevistos acontecerem, como um furacão, ou algum problema na economia, ou até mesmo você ficar doente e não puder trabalhar por um certo período de tempo, você terá sérios problemas. Nos Estados Unidos as contas não esperam, e isso afeta diretamente a vida de todos por aqui.
A cada dia a quantidade de americanos que vive de cheque em cheque, é grande, e isso afeta diretamente a qualidade de vida. Este seria um dos aspectos mais negativos que apontaríamos de se viver aqui. Não é possível nem ficar doente. Um dia de trabalho perdido pode afetar seu orçamento ao final do mês.
Saúde nos Estados Unidos
O que nos trás para um assunto cada vez mais em voga nos Estados Unidos. O sistema de saúde americano. Este, podemos dizer, é um dos piores dentre os países mais ricos do mundo.
Você deve assitir o Fantástico no Brasil e pensar que a medicina nos EUA é a mais avançada no mundo, e até certo ponto isso é verdade. Aqui as companhias farmacênticas são as que mais investem em remédios novos e eficazes, ma existe um preço alto a se pagar pela inovação.
Tudo relacionado a saúde nos Estados Unidos é caro. Remédios são caros, consultas médicas, exames e tratamentos de longo prazo. Você pode não achar isso ao visitar a fármácia do Walmart e ver remédios para dor de cabeça por $3, ou anti-alérgicos por $10, mas esses medicamentos são os comuns que atacam somente sintomas e são baratos. No entanto, os remédios que curam doenças graves, ou os tratamentos para câncer ou doenças como a AIDS, são extremamente caros. O sistema de saúde público é quase inexistente, porque mesmo os hospitais públicos, que possuem um sistema de emergência e podem tratar acidentados e pessoas que precisam de atendimento urgente, mandam a conta para a pessoa que foi atendida pagar depois do atendimento e os preços são absurdos, chegam a $10.000 por dia que você passar num hospital, em média.
Planos de saúde são caros, e mesmo com o Obamacare, ainda assim os preços de planos são altos e na sua maioria apenas acessíveis a cidadãos americanos, no caso do Obamacare. Planos de saúde também não pagam a conta inteira. Em geral existe sempre um “copay” que é um montante que você têm que pagar juntamente com o seguro para quitar a conta de hospital.
Consulas médicas são caras, em geral de $150 para mais, dependendo da especialidade do médico, e uma coisa que percebemos aqui ao longo dos anos, é que os médicos americanos são sistematicamente diferentes dos brasileiros. Fazem bem menos perguntas e dependem muito mais de exames sofisticados para tentar entender o que o paciente têm do que ouvir o que o paciente realmente está sentindo. A taxa de diagnósticos errados entre os médicos daqui é enorme. No Brasil, antes de qualquer exame, os médicos em geral têm uma longa conversa com os pacientes para tentar entender o que se passa com ele, o que é, ao meu ver, extremamente importante para se ter um diagnóstico mais preciso.
É normal ver brasileiros que vivem legalmente nos Estados Unidos, e possuem recursos, encaixarem seus check-ups, cirurgias e tratamentos dentários com viagens para o Brasil para visitar parentes, evitando os altos custos daqui e também tendo um atendimento bem melhor no Brasil, mas infelizmente nem todos os brasileiros que aqui vivem podem fazer isso.
Conclusão, como é mesmo a vida do Brasileiro nos EUA?
Nossa conclusão é que, como em qualquer lugar, vai depender muito mais do indivíduo do que do local. Os Estados Unidos têm uma tradição de portas abertas – que têm sido lentamente revertida pelo atual Presidente, Donald Trump – e a adaptação aos costumes locais é tranquila mesmo porque muito do dia-a-dia daqui se parece com as rotinas no Brasil, e sempre você encontra outros Braisileiros ou até mesmo americanos dispostos a lhe ajudar na sua adaptação.
Se você vier legalmente para os Estados Unidos, trabalhar sério e duro e for responsável com seus gastos e suas contas, terá um vida muito boa nos EUA, mas se vier ilegalmente ou se tornar ilegal depois de chegar, e tiver problemas para conseguir trabalho ou manter suas contas em dia, sua vida não será tão fácil. Se estiver pensando em viver por aqui, pense bem e planeje uma estratégia para viver aqui da maneira correta, e não terá problemas.
A saudade da nossa terra, de nossos amigos e familiares, da nossa comida em momentos bate forte, mas existem muitos lugares construídos e frequentados por brasileiros que servem para matarmos essa saudade. Somos um povo que se adapta bem a qualquer situação com criatividade e não é diferente nos Estados Unidos.